STJ decide manter medidas protetivas da Lei Maria da Penha sem prazo fixado

Foto: Marcos Santos/USP
Assunto foi a julgamento nesta quarta (13) apรณs uma decisรฃo do Tribunal de Justiรงa de Minas Gerais

O Superior Tribunal de Justiรงa (STJ) decidiu manter as medidas protetivas por tempo indeterminado para mulheres vรญtima de violรชncia, enquanto houver qualquer risco para a mulher, como garante a Lei Maria da Penha. O julgamento foi realizado na tarde desta quarta-feira (13), e a 3ยช seรงรฃo decidiu vetar a mudanรงa por cinco votos a dois.

Apรณs uma decisรฃo do Tribunal de Justiรงa de Minas Gerais (TJMG) em aceitar parcialmente o recurso de um agressor, fixando o limite de 90 dias ao conceder a proteรงรฃo ร  vรญtima, o Ministรฉrio Pรบblico de Minas Gerais (MPMG) recorreu ao STJ. Anteriormente, a 5ยช e a 6ยช Turma jรก haviam decidido da mesma maneira, afastando a possibilidade de fixaรงรฃo de tempo de vigรชncia.

O entendimento รฉ que a fixaรงรฃo de um prazo determinado pode expor as mulheres a novos riscos. O voto vencedor, do ministro Rogรฉrio Schietti Cruz, foi apoiado pelos magistrados Daniela Teixeira, e Sebastiรฃo Reis Jรบnior, que sugeriu ainda que a vรญtima seja notificada sobre alteraรงรตes na medida.

A lei nรฃo estabelece um prazo fixo para a vigรชncia das medidas protetivas e define que as medidas protetivas devem durar enquanto houver qualquer risco ร  integridade fรญsica, psicolรณgica, sexual, patrimonial ou moral da vรญtima.

Segundo o Fรณrum Brasileiro de Seguranรงa Pรบblica, em 2023, 3.930 mulheres foram assassinadas no paรญs — 37,3% vรญtimas de feminicรญdio. Alรฉm disso, foram registradas 8.372 tentativas de homicรญdio contra mulheres, das quais 2.797 foram tentativas de feminicรญdio.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatรณrio da Mulher contra a Violรชncia, revelou que 30% das brasileiras jรก sofreram violรชncia domรฉstica ou familiar provocada por um homem.
(Sbt News)

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